O vento sopra em sua direção.
sábado, 26 de agosto de 2006
Sol e Vento - dia de casamento...
O vento sopra em sua direção.
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
EPICURO:
"...como o prazer é o primeiro e inato bem, é igualmente por este motivo que não escolhemos qualquer prazer; antes, pomos de lado muitos prazeres quando, como resultado deles, sofremos maiores pesares; e igualmente preferimos muitas dores aos prazeres quando, depois de longamente havermos suportado as dores, gozamos de prazeres maiores..."
AO SUBLIME AMOR
Ele se sentia cansado. Cansado da cidade, das pessoas da cidade. Cansado dos seus grandes e numerosos feitos, de suas grandes e numerosas amizades, de seus grandes e numerosos romances. A cidade, as pessoas, os romances, todos dobravam os joelhos em sua presença.
Ele se sentia cansado. Era preciso uma fuga, assim decidiu. Assim foi caminhar em uma estrada vicinal. A estrada livre, os passos livres, pensamento livre. Pensava em como era vicioso ser elogiado, pois mesmo ali, onde nunca estivera, tudo parecia reverenciá-lo.
Ele se sentia, agora, entediado. Tudo tão parado. Procurava movimento. Ao longe ele viu movimento. Pela estrada se movimentava. Em sua direção se movimentava. Com graça se movimentava. Agora, com graça feminina o fitava.
Ele se sentia perdido. Ela veio, passou e foi. Ela lançou um olhar, lançou um sorriso, lançou uma flecha. Esta flecha, certeira, arrasou-lhe a razão e o coração. Arrasou-lhe os músculos, de modo que só pode se virar e ver. Nada conseguiu dizer.
Ele se sentia embebedado. Bêbado, ele viu uma casa. Bêbado, ele viu uma porta se abrir. Bêbado, ele viu um abraço... Bêbado, ele viu um beijo...
Ele se sentia vazio. Vazio e pesado. Pesado, ele sentiu uma lágrima cair por caminhos tortos. Tortas, ele sentiu suas pernas dobrarem-se até o chão duro. Duro foi o golpe recebido. Receberá apenas um sorriso tolo. Tolo ele se sentia agora.
Agora, ele se sentia só. Estava só.
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
Entredentes
Não adianta nem tentar mais uma vez agora, que você riu quando eu caí. Vê se valeu a pena o que você fez, foi tentando te ajudar que eu me fodi. Queria que isso acontecesse com vocês só pra que vocês soubessem o que eu senti. Alguma coisa deu errada dessa vez. Eu penso que eu poderia ter sido feliz.
Você não me entende e eu não entendo você. Eu sei que você tem seus problemas pra resolver; já que é assim, não enche meu saco – vê se me esquece. Você brinca com minha vida só pra ver o que acontece!
Minha mãe me disse: “Moleque, vai embora, aprende a se virar, arruma emprego, tá na hora. Eu enjoei de você, não quero mais te ver, você não sabe o que é motivo de verdade pra sofrer. Já tem dezessete, te dou mais cem reais, faz igual teu pai e não volta nunca mais!” Eu pegava minhas coisas e quando eu tava pra sair, ela sempre dava um jeito de voltar atrás.
- Eu nunca quis seu dinheiro (talvez sua pensão), mas agora eu to sem nada, to vivendo de ilusão. Minha opinião formada e minha cabeça feita é tudo que eu preciso pra ter uma vida direita. A noite e o dia é tudo o que eu tenho e não tenho mais saúde pra trampar o dia inteiro, nesse ritmo eu vou morrer desempregado... Daqui a pouco eu serei um velho preocupado, ferrado com tudo, e tentando entender o tempo que passa sem nem eu perceber... Comecei a achar que nasci na vida errada. Quando encontrei um amigo, escolhi ficar isolado, fumando meu cigarro, pensando sossegado... Sei lá o que que eu fiz, mas fiz com a mão errada! Ou de repente eu tava assustado por conta donde eu tinha chegado...
Queria tanto voltar no passado... Eu tou desesperado!
terça-feira, 22 de agosto de 2006
No jardim, a placa: "Não pise em mim!"
segunda-feira, 21 de agosto de 2006
A Distorção
Impostos a pagar impostos em reais; e de real, o agravamento da miséria e caos a gerar bobalização geral. Outro utopista do país com nome de pau quer mais pros mais e menos dos menos. Talvez então seja como a média. Tédio.
Iludido estou, ora, pois não ultrapassarei as paredes do óbvio. Mar do óbvio, nadar além. Incerto que falso? Somos ladrões inclinados a nos chamarmos poetas.
Dezesseis de vocês pensam que podem desafiar a criatividade, ou a desafiar nada têm.
Embusteiros versam em venusiano, deleites quando falo e prazeres que contos lêem... nada mais. Amarobra Negarautor. Esse vampiro a sugar idéias; não cria sem poder e fraco não crê.
Contos não quentes, jamais cânticos. Guimbas em úmido canto, domínio das viúvas mulatas, ruivas, loiras... Homens, maridos e amantes, vítimas da guerra dos sexos! Insurrectos conformados.
E o fracasso ficamos à janela, gente comum e milagres como andar sobre as pernas.
SEDECIDAS DO ESGOTO:
“BLECAUTE IMPEDE BLITZKRIEG!”
“Raciocinar consumo de idéias pode evitar apagão na memória do povo.”
“Vaticínio pós-contemporâneo garante que trailer de cachorro-quente em Plutão fará o maior sucesso.”
“Felipe morre de asma e Dona Francisca nem se admira.”
“Voz deus-povo pós onipotência: beija-flores a um real; colecione!”
“Canibalismo pode ser a nova tendência do verão”
“Primatocracia toma lugar do culto às deusas.”
Veja o quanto essas caras de blábláblá me interessam.
O que errado foi comigo ou contigo? Jamais voltaremos a armar? Tenho todo o tempo para morrer queimando em chamas, então não me chame com pressa de bombeiro.
Em terra de louco quem tem vassoura é rei!
sábado, 12 de agosto de 2006
Eris, na enciclopédia livre:
O mito conta que, tendo sido intencionalmente esquecida quando foram enviados os convites para o casamento de Peleus e Tétis (a discórdia não é muito bem-vinda durante votos de casamento), ela desobedeceu e arruinou a festa da mesma forma. Ressentida, ela rolou o famoso Pomo da Discórdia pelo salão de danças. O Pomo Dourado (Maçã), de acordo com a lenda, possuía a inscrição "Para a Mais Bela" (Kallisti) e era desejada por Atenas, Afrodite e Hera.
Já que apenas uma das três poderia ser *A* Mais Bela, Páris foi chamado para ser o juiz do primeiro concurso de beleza. Afrodite venceu, subornando-o com a mulher mais bonita do mundo. Que, por acaso, era Helena de Tróia, esposa de outro homem. Assim começou a Guerra de Tróia.
Éris, realmente, havia causado a "discórdia".
Discordia
A Sociedade Discordiana é, nas suas próprias palavras “...uma tribo de filósofos, teólogos, mágicos, cientistas, artistas, palhaços e maníacos similares que estão intrigados com ERIS - DEUSA DA CONFUSÃO e com os Seus feitos.”
Hoje, dia 12 de agosto, aniversário deste Misantropo, é para os Discordianos, o Zaraday, dia de Zarathud
Eris, deusa do caos, confusão e discórdia.
quinta-feira, 10 de agosto de 2006
OS 10 PARADOXOS
2 - Se você fizer o bem, será acusado de agir por motivos egoístas.
4 - O bem que você faz hoje será esquecido amanhã.
5 - Honestidade e franqueza farão de você uma pessoa vulnerável.
6 - Os maiores homens e mulheres com as maiores idéias podem ser derrubados pelos menores homens e mulheres com as menores mentes.
7 - As pessoas defendem os peixes pequenos, mas seguem apenas os maiores.
8 - O que você leva anos construindo pode ser destruído da noite para o dia.
9 - As pessoas realmente precisam de ajuda, mas podem te atacar se você as ajudar.
10 - Dê ao mundo o melhor que você tem e vão te chutar os dentes.
Dê ao mundo o melhor que você tem, mesmo assim.
A dúvida é a própria resposta negativa
quarta-feira, 9 de agosto de 2006
Melodias antigas... letras novas
Desde os micróbios
Galera chamava, mas quem disse que eu ia?
Eu quero só ver
a pena do réu
Secret bubble!”
sábado, 5 de agosto de 2006
Repúdio da língua
Atentar um'ofensa,
Te'olhar no' me brilh' e,
Forma d'otra,
Ind'oje can'te vejo
Lembro que por ti dia tive desejo
e que teu afeto m'afetou é fato.
M'agor, faça-m'o favor!...
sábado, 29 de julho de 2006
quarta-feira, 19 de julho de 2006
sexta-feira, 14 de julho de 2006
Espelho, espelho meu...
"Ah, agora tá explicado... eu sabia que ele tava com a cabeça em outro lugar!"
segunda-feira, 10 de julho de 2006
Uma violenta cabeçada no oponente em rede mundial!!!
Acho que essa seria uma forma inusitada de mandar tudo pro espaço...
...
Bem, mas acho que depois dessa final de copa, já não teria o mesmo efeito.
Ah, que Zidane!!! pelo menos foi divertido de ver
domingo, 9 de julho de 2006
Lillian Hellman (dramaturga)
segunda-feira, 3 de julho de 2006
Notificações automáticas
quinta-feira, 22 de junho de 2006
"Terrorismo poético & outros crimes exemplares"
terça-feira, 20 de junho de 2006
domingo, 18 de junho de 2006
Sobrevivência na civilização
Nós somos todos decepados da Natureza, e não apenas os moradores urbanos. É talvez importante lembrar algo de que às vezes nos esquecemos: um campo é tão produção humana quanto uma estrada. Apenas em algumas praias, serras, e poucas florestas, é que vemos a natureza algo parecida com o que foi antes da interferência humana. Ainda que intelectualmente ou emocionalmente apartados da Natureza, sofremos por uma perda que é difícil de definir...
A cor verde nos induz a acreditarmos que o planeta está repleto de natureza.
Se nos irritamos com a depredação e violação de propriedades e censuramos a pichação e o grafite, então devemos responder tal qual à deformação da natureza; por exemplo, uma estrada no meio da floresta, uma marca de pneu no deserto, um......
Nenhum átomo pode ser perturbado sem que, por atração, repulsão ou o que for, não se afete os átomos ao redor.
Todo movimento humano, toda ação orgânica, todo desejo, paixão, ou emoção, todo processo intelectual, é acompanhado por perturbações atômicas, e por isso todo e cada movimento, todo e cada ato ou processo afeta todos os átomos da matéria universal.
A juventude é uma embriaguez sem vinho, dizem. A vida é uma embriaguez. O único sóbrio é o melancólico, quem, desencantado, olha pra a vida e a vê como é realmente, e corta a garganta. Se for assim, quero estar muito bêbado. O grande lance é viver, apegar-se à nossa existência e disparar com ela em alguma grandiosa e fascinante perseguição.
A princípio, mesmo o sorriso da Natureza pode parecer cruel e frio. Qual conforto pode ajudar a tolerar a dor infinita de quando uma graciosa pessoa se vai, ou o terrível desperdício de quando uma mente brilhante ou um talento superior é aparentemente destruído pela morte? A aurora matinal, o calor do amanhecer, o passar das estações em seu revezamento magistral; os ferimentos são silenciosamente curados, a dor cessa de ser contínua, torna-se recorrente apenas a intervalos cada vez maiores, e finalmente chega o momento, totalmente inesperado, quando o coração uma vez mais se entrega ao esplendor de um céu maravilhoso de Verão. A cura está no Tempo e na Natureza, e os preços para estes grandes médicos são esperança e paciência.
Esta imersão na Natureza é igualmente apropriada para superar quaisquer dores do coração. O único passo necessário é a decisão por esta atitude de entrega.
quarta-feira, 14 de junho de 2006
Trechos de novos contos
xxx
(...) Tão do contra que, não por árduo sofrer, e ao invés dos contemporâneos que buscam inovar a forma, trilha os caminhos clássicos com destino aos lugares-comuns - à sua maneira, por certo, pois que não haveria de subordinar-se a outro que não sua própria insanidade.
(...)
Não à toa, cobra não voa.
xxx
(...)
- Ó, Culos de Boavista, Rei entre as sombras, Senhor do discernimento, Guardião dos saunterers, errei eu longa jornada que findasse em teu saber do porvir. Permite que me apresente; sou Escotomo de Miopia. (...)
xxx
por Đ®@КЄquinta-feira, 1 de junho de 2006
DESNUVEM
Se quiserem informações sobre política, liguem a televisão, abram os jornais, pesquisem, mas não procurem o misantropo. Se quiserem críticas literárias ou sobre filmes, leiam, vão ao cinema e façam as suas próprias, mas não procurem o misantropo! Se quiserem saber do meu cotidiano, façam parte dele, mas não procurem o misantropo!
O misantropo está cansado de blogar textos coesos, biografia e opiniões tecnicistas!
Porém, o misantropo convida os raros, os loucos, os descompromissados e toda a estirpe dos libertos para visitar este espaço e ler seus pensamentos desligados, suas expressões fora de padrão, seus delírios cínicos... O misantropo convida os raros a conhecerem pedaços de uma mente alucinógena.
Não há neste espaço lugar para os coesos! Aqui o dadaísmo, a desconstrução da forma toma as rédeas.
Tudo o que há para ser dito já o foi. “When it’s all the same we can ask for it by name”. Quando o conteúdo se esgota, apenas a inovação da forma se faz atraente. Quero brincar com idéias, situações, palavras... Quem quiser seriedade que saia daqui! Convido apenas os dispostos a enlouquecer comigo! Os dispostos a olhar como parnasianos dadaístas. Hedonistas anárquicos. Rebeldes blasé.
“Podemos perdoar a um homem por haver feito uma coisa útil, contanto que não a admire. A única desculpa de haver feito uma coisa inútil é admirá-la intensamente. Toda arte é completamente inútil.”
O Teatro Mágico entoa o lema:
Sem horas e sem dores! Respeitável público pagão...
...
Os opostos se distraem, os dispostos se atraem!...
quarta-feira, 31 de maio de 2006
O DEMÔNIO DA PERVERSIDADE
...
Estamos à borda dum precipício. Perscrutamos o abismo e nos vem a náusea e a vertigem. Nosso primeiro impulso é fugir ao perigo. Inexplicavelmente, porém, ficamos. Pouco a pouco, a nossa náusea, a nossa vertigem, o nosso horror confundem-se numa nuvem de sensações indefiníveis. Gradativamente, e de maneira mais imperceptível, essa nuvem toma forma, como a fumaça da garrafa donde surgiu o gênio nas Mil e uma Noites. Mas fora dessa nossa nuvem à borda do precipício, uma forma se torna palpável, bem mais terrível que qualquer gênio ou qualquer demônio de fábulas. Contudo não é senão um pensamento, embora terrível, e um pensamento que nos gela até a medula dos ossos com a feroz volúpia do seu horror. É, simplesmente, a idéia do que seriam nossas sensações durante o mergulho precipitado duma queda de tal altura.
E esta queda, este aniquilamento vertiginoso, por isso mesmo que envolve essa mais espantosa e mais repugnante de todas as espantosas e repugnantes imagens de morte e de sofrimento que jamais se apresentaram à nossa imaginação, faz com que mais vivamente a desejemos. E porque nossa razão nos desvia violentamente da borda do precipício, por isso mesmo mais impetuosamente nos aproximamos dela. Não há na natureza paixão mais diabolicamente impaciente como a daquele que, tremendo à beira dum precipício, pensa dessa forma em nele se lançar. Deter-se, um instante que seja, em qualquer concessão a essa idéia é estar inevitavelmente perdido, pois a reflexão nos ordena que fujamos sem demora e, portanto, digo-o, é isto mesmo que não podemos fazer. Se não houver um braço amigo que nos detenha, ou se não conseguirmos, com súbito esforço recuar da beira do abismo, nele nos atiraremos e destruídos estaremos."
terça-feira, 30 de maio de 2006
OUVIDOS
Para cada passo que você dá errado, dois outros passos, pelo menos, serão dados para retornar ao caminho certo!
Os criminosos em São Paulo tiraram vidas inocentes durante os ataques que aterrorizaram a cidade. A polícia, em resposta, vitimou ainda mais inocentes para mostrar quem é que manda!
sábado, 27 de maio de 2006
VERTIGO
Agora sei, o filme é uma bosta! Neo Reeves não é nem nunca será Constantine.
Procurem ler as histórias da série Vertigo!
Constantine é HELLBLAZER, um londrino, loiro, canastrão e sujo!
O filme errou muito tentando adaptar a HQ...
Conselhos...
Nunca lamente, filho. Arrependimento não vale merda nenhuma!
segunda-feira, 22 de maio de 2006
quarta-feira, 10 de maio de 2006
Visão do futuro...
Ria de quem não confiar em você.
Quando todo mundo seguir esses preceitos teremos uma população toda de sorridentes de confiança!
sábado, 6 de maio de 2006
Pequenas Coisas (sonho)
Agora é tarde para saber como fui levado a conhecer aquela mulher, mas eu a havia convidado para ir comigo a um luau na casa um camarada, frente à minha. As horas se passavam e apenas o jardineiro trabalhava na copa da árvore na varanda e algumas crianças riam desafiantes e medrosas para nossa casa. Amaldiçoados. Monstros sem coração. Desumanos. Ele vai te tirar os órgãos para comer, vai te manter vivo o máximo que puder. Ouvi dizer que uma vez um cara continuou vivo até a hora de entrar na fornalha. Crianças! Abomino o que passa em suas cabeças. E toda sua criação nervosa primitiva perturbada reverbera quando crescemos. O pai não gosta que subam em suas árvores. Acha que é o gato da vizinha e atira. Cai o jardineiro. Nem remorso nos olhos de um, nem surpresa nos de outro.
E aquela mulher não vem. Decidido a ir ao seu encontro. Não sei onde mora; subo a rua e viro a primeira à esquerda. Ando poucas quadras até achá-la na portaria de um condomínio um tanto vistoso. Oi, lembra-se de mim? Claro, desculpa a demora, é que...
Virando a esquina em retorno, Daiane desce também a rua. A mesma garota que aprendi a odiar durante anos. Dirigiu-se à minha casa e retardei nossos passos, seguindo para o outro lado da rua. A mulher percebe a conduta de fuga. Não se interessa nos motivos. Talvez não se interesse por nada. Seja bela e cale a boca. A vida é pura repetição de erros! E os erros foram cometidos logo na infância; de resto, mudam apenas os atores e os cenários, a tragédia é a mesma.
Non-grata, aplaudiu meu portão, falou com a mãe, parecia destinada àquelas palavras; não podia ouvir, sentia. Entramos na casa do outro lado da rua. Continuei a cuidar os movimentos em minha casa. A mãe aponta este lado. Ele disse que estaria logo ali. Maldito momento quando parei de mentir. Abracei a mulher; deixei aperceber-se de que eu sabia que atravessa a rua; abracei e a mantive em meus braços quando Daiane me beijou o rosto. Preciso muito falar com você, tem tanta coisa que você precisa ouvir de mim... Estava deliciosamente bem vestida, dentro de uma elegância jamais vista e por mim jamais esperada em seu corpo.
Não há mais nada que possa me dizer. Mas... por favor, ouve!... Dei-lhe as costas. Surpreendi a mulher com um beijo. Não imagino o que a garota tivesse a me dizer, mas esperava que aquele beijo lhe servisse de resposta, ponto final em tudo aquilo. Novamente sem ver pude sentir uma lágrima em seu rosto. Pequenas coisas me fazem tão feliz!
terça-feira, 2 de maio de 2006
FALA RÁPIDO, FALA RÁPIDO!
quinta-feira, 27 de abril de 2006
quinta-feira, 13 de abril de 2006
NÃO MATARÁS!, A MENOS QUE...
Pessoalmente, creio que qualquer discussão sobre a ética da eutanásia voluntária deva considerar a seguinte questão: quando pode ser certo matar um ser humano inocente?; e a visão de que isso nunca será certo ganha os mais fortes argumentos das doutrinas religiosas que clamam que apenas os humanos são a imagem de Deus, ou que apenas os humanos têm alma imortal, ou que Deus nos tenha dado o domínio sobre os animais (o que significa que podemos matá-los quando quisermos?) e reservado a si mesmo o domínio sobre os seres humanos. Rejeite essas idéias, e fica difícil pensar em qualquer argumento moral relevante que separe seres humanos com graves e irreversíveis danos cerebrais, ou outra incapacidade intelectual maior, de animais não-humanos num nível mental semelhante.
Por quê motivos o fato de um indivíduo ser membro de nossa espécie, isso, torna pior matá-lo do que é matar um membro de outras espécies, se ambos os indivíduos tiverem habilidades intelectuais similares, ou pior, se o não-humano tiver habilidades ainda superiores?
Então, vamos começar de novo, sem os preconceitos impostos pelos ensinamentos milenares das religiões, e perguntar: o que faz ser errado matar um ser? Uma possível resposta é: qualquer bem que a vida esteja a reservar para qualquer indivíduo, matar acaba com isso. Se a felicidade é um bem, como hedonistas clássicos defendem, então matar é mau, porque quando alguém está morto, já não é mais feliz. Ou se for a satisfação dos desejos o bem, outros diriam que matar é mau porque, quando a pessoa morre, seus desejos não podem mais ser satisfeitos. E essas idéias delimitam a si mesmas. Primeiro, se o futuro do sujeito lhe reservasse mais elementos negativos que positivos (p.ex.: mais tristeza que alegria, mais desconforto que satisfação) então temos aí uma razão para que a morte seja preferida à vida. Isso é relevante, claro, para a questão da eutanásia. Mas quem pode decidir quando a vida de alguém contém mais características positivas ou negativas?
Sabemos que as pessoas são, em última hipótese, os melhores juízes e protetores de seus próprios interesses. Então nós estamos lidando com seres que são capazes de receber uma informação, refletir e escolher! Portanto, aqui está o ponto onde a habilidade intelectual é relevante. Se os indivíduos são capazes de fazer escolhas, nós deveríamos permitir que cada um decidisse quando ou não suas vidas valem a pena serem vividas. Se não forem capazes de fazer tais escolhas, então alguém deve tomar a decisão por eles.
Na ocasião deste texto, gostaria de me focalizar apenas na eutanásia voluntária e no suicídio assistido, e não me entregar a detalhes referentes a decisões de vida e morte daqueles que não são capazes de escolher. De qualquer forma, na falta de escolha, a decisão deve sempre ser ‘pela vida’ (assim como aqueles que queriam que Terri Schiavo continuasse viva pareciam acreditar). Vale questionar se eles realmente preferem perseverar no uso de toda e qualquer razão e meio para viver e prolongar essa vida até o último minuto possível. Muito poucos realmente querem isso, mesmo para si mesmos ou para aqueles que amam. Por outro lado, permitir que uma vida termine mais cedo do que deveria, essas atitudes de ‘defesa da vida’ estão, efetivamente, decidindo por aqueles que não podem escolher, e eles estão decidindo contra a vida, não a favor dela!
Se uma pessoa com as capacidades de julgamento chegar à conclusão que seu futuro é tão terrível que seria melhor morrer que continuar vivendo, o senso comum contra sua morte é invertido ao oposto, concedendo uma razão para aceitar o pedido da pessoa.
Outras questões coerentes seriam: como devemos tratar de alguém cujo cérebro esteja morto, mas cujo corpo esteja ainda quente e respirando? Um feto é o tipo de ser que devemos nos esforçar para preservar? Se for, esses esforços devem independer de seus custos? Devemos apenas ignorar que ele viva e possa ser salvo com os recursos médicos devidos? Ou fazer valer os esforços para preservar o feto somente quanto estiver claro que os pais o desejam? Ou os esforços devem valer simplesmente porque o feto tem o direito de viver?
Se o caráter único, enquanto material genético e, conseqüentemente, potencialidade de vida, de um embrião humano for motivo suficiente para tornar errado destruí-lo, então não há motivo aparente que não permita retirar seu material genético e destruir o corpo do feto, pois que seu potencial genético único seria preservado. Por esse raciocínio, uma mulher que engravidar inesperadamente poderia realizar um aborto, desde que preservasse ao menos uma célula-tronco do feto para garantir a preservação do potencial genético. Isso acabaria com a opinião daqueles que dizem que aquele ser poderia se tornar o próximo Beethoven ou Einstein. De qualquer forma, por qual motivo uma mãe escolheria retomar a vida de um filho a partir de uma célula, apenas por ser um material genético único, ao invés de escolher métodos convencionais e gerar outro bebê?
Talvez a discussão sobre aborto e eutanásia deva considerar alguns elementos básicos, por exemplo: - reconhecer que o valor da vida humana varia; - assumir a responsabilidade pelas conseqüências de nossas decisões (objetivando o cuidado pela vida); - respeitar o desejo de uma pessoa de viver ou morrer; - trazer crianças ao mundo apenas quando elas forem desejadas; e por último, não discriminar as espécies.
Como cães e gatos?
Enfim, já os gatos eu sei que não estão nem aí.
sexta-feira, 7 de abril de 2006
Sobre literatura...?
...
parafraseando um escritor durante uma entrevista, não lembro quem era...
terça-feira, 28 de março de 2006
ÉTICA
Lembrando Aristóteles, isso é o ‘modo de ser’, ou seja, ÉTICA; e diz respeito ao modo como a pessoa organiza sua vida pessoal, social, e profissional.
Um bom ‘modo de ser’, tal como vejo, é a busca por uma qualidade nos relacionamentos, de forma que os envolvidos sintam-se seguros com a vida em grupo. Em outras palavras, seria uma garantia de construção de sociedade baseada no respeito mútuo e pelas leis, contratos e compromissos.
Do momento em que essa qualidade é alcançada em diante, por si própria passa a reger de modo natural o relacionamento. Por outro lado, é algo extremamente sensível perante a fragilidade de caráter dos humanos, que podem ter, e agir por, razões adversas.
Dizem que a vingança é um ato de prazer.