quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

HATE YOURSELF WITH STYLE

Alguns dias atrás, passeando pelas comunidades do Orkut, entrei na comunidade da banda sueca Clawfinger e, para minha surpresa, havia um link com o último álbum da banda (Hate Yourself With Style), recém-lançado, para download – apesar de estar em russo e nem sempre acessível. Antes, preciso dizer que CLAWFINGER está entre as bandas sem as quais não sou feliz! Eu simplesmente Preciso ouvir CLAWFINGER com freqüência!

Engraçado como a banda que, em 1993, afirmou, em seu primeiro álbum, não usarem guitarras pra valer, agora parece ter preferido um som mais orgânico e vivo que qualquer coisa que a banda tenha feito. Músicas bem cruas e básicas, menos cheias de efeitos industriais de teclado e remixes.

O que mais me intrigou foi encontrar no meio do disco aquela explosão punk de raiva e velocidade que mais se parece com alguma criação do Faith no More antigo, a faixa “What We’ve Got Is What You’re Getting

Porém, “Hate Yourself With Style” não é o abandono dos seis álbuns anteriores do Clawfinger. Eles ainda são pesados, ainda têm a sólida agressividade e soam distintos como... bem, Clawfinger! A voz característica de Zak – o vocal será sempre o maior diferencial da banda - e seu jeito engraçado de lidar com grandes e problemáticos temas atuais têm muito a ver com esse som distinto, é claro!

Quanto às letras, eles não mudaram. Ainda escrevem da mesma forma, apesar de que agora eles estão com um conceito mais agressivo: o álbum inteiro é sobre Ódio. Basta uma olhada no título de algumas faixas: “The faggot in you” (a bicha em você), faixa que, de certo modo, convida quem a ouve a encontrar o homossexual dentro de si, pisando forte no calo do preconceito; “Hate Yourself With Style” (odeie-se com estilo); “Hypocrite” (hipócrita); “God is Dead” (deus está morto); “Dirty Lies” (mentiras sujas); e “Sick Of Myself” (nojo de mim mesmo) – que lembra bastante Fear Factory.

Letras que confundem, agridem e provocam; some a isso aquele tempero de banda veterana e temos aqui um álbum de agressão e profundidade.

Hate Yourself With Style” apenas enfatiza que a banda está muito viva e que eles mantiveram seu estilo próprio sem permanecerem afundados no pântano da criatividade. Um álbum agradável e interessante, claro, se não houver expectativa de algo mais do que ele realmente é.

Posso garantir que não é apenas para velhos fãs da banda. Vale a pena conferir.

* INOVAÇÃO NO BLOG *

Agora, do lado esquerdo, você que acessa O MISANTROPO poderá fazer buscas por letras de música diretamente pelo blog.
Sim, e, para breve, há rumores sobre um sistema de aviso automático de novos posts, sob inscrição; e ainda uma máquina de café expresso no final do corredor!
Harry fazendo melhorias.
Rouba, mas faz!

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Vigília

Há alguns anos sou insone. Aliás, creio que seria melhor dizer que meu ciclo é maior que o normal. Em média, o ciclo das pessoas é de 24 a 28 horas. Meus ciclos estão em torno de 30 a 40 horas, ou seja, eu passo mais tempo acordado e mais tempo dormindo. Um relógio biológico completamente perturbado.
Distúrbios do sono? Diagnosticado apenas insônia leve. Acordo várias vezes durante o sono, demoro a voltar a dormir. Nada preocupante. Pelo menos até agora. Outra característica: costumo lembrar e representar meus sonhos, o que não é normal. A lembrança de sonhos indica que eu despertei repetidas vezes durante o sonho, ativando a memória, mas não necessariamente a consciência.
Uma vez li que a lâmpada foi inventada para prolongar a sensação de vida diurna, a vigília, e, conseqüentemente, a produtividade das pessoas, por estarem mais tempo acordadas. Bem, essa era a idéia original. Não acho que tenha dado muito certo... Com ou sem luz, nós precisamos dormir! A privação contínua de sono é capaz de provocar sérios danos a uma pessoa, e até mesmo sua morte. Gostaria de saber por que isso acontece...
Sei que preciso dormir, e ultimamente tenho motivos a mais para querer esse estado. Uma das funções do sono é apagar memórias indesejáveis. Tenho pensado muito em uma situação. Seria tão bom poder esquecer isso. Mesmo que fosse para me lembrar dela assim que acordasse...

Estou há 1 dia e meio acordado. Não sei se estou organizando com clareza minhas idéias. Melhor terminar o post e publicar.

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Angústia...

O que acontece quando procuramos por "angústia" no Yahoo? Não sabe? Pois eu digo! Seguinte: somos informados que podemos ter atendimento "pasicológico" de ex-alunos da PUC-SP, a preços promocionais! Que pelo BondFaro economizamos tempo e dinheiro, pois é rápido, fácil e gratuito! e que no Mercado Livre tem Angústia a ótimos preços e em enorme variedade!
"Nossa! As meias do Pinda!"
E, de repente, depois de um frenesi capitalista de transformação de uma meia amarela em máquina de lavar roupas, televisão, home theater, casa própria e carro, podemos comprar Angústia no Mercado Livre! Não é fascinante?! Além de todo caos urbano, stress, excesso de informação... podemos dar nosso lance nesse sentimento tão... tão... tão... tão angustiante! É claro que podemos conseguir de graça, e na maioria das vezes nem precisamos querer para ter. Mas quem será o carrasco que vai tirar a alegria pueril de comprar Angústia!??!?! Ninguém, evidentemente... Vamos comprar nossa Angústia, é isso aí! Essa é a democracia do capitalismo! Esse é o mundo em que vivemos...
meias do pinda!... quê diabos é esse Pinda?(-monhagaba?)
Nave da Palavra
é um ótimo site! Depois da palhaçada, fica a dica.
- O que acontece quando registramos o que acontece?

sábado, 12 de novembro de 2005

Sampaulo


Gostaria de pedir desculpa por minha prolongada ausência. Estou em São Paulo há alguns dias e dependendo de lan houses para tudo, estou enlouquecendo sem meu computador! ¬¬
Estou tirando várias fotos e em breve eu as publicarei em meu flog (http://d435.flogbrasil.terra.com.br) ou mesmo aqui.
(Na foto, a visão que tenho da janela da cozinha do apê do meu irmão.)

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Teste de Concentração

Não pense no VERMELHO

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Teste de Curiosidade

NÃO CLIQUE AQUI

SOBRE AS VERDADES...


"EU REJEITO A SUA REALIDADE E A SUBSTITUO PELA MINHA."
MEU COMPROMISSO É COM A VEROSSIMILHANÇA!!!

sábado, 29 de outubro de 2005

Mein Vampyr

E o notívago – criatura na qual se pode confiar até dez por cento – pela madrugada, errante de ruas frias e abandonadas, encontrara o rio da vida há poucos instantes... Sob a pele ainda arde o fogo, correndo violentamente em seu corpo vazio. O céu, sutilmente, tornava-se mais claro. Neblina, sombras... Caminhos mal iluminados cujas lembranças de remota Vida vivem na breve memória dos bêbados, perdidos em espalhados botecos...
Um sobrado, lápide erguida sobre meu túmulo. Residencial Pax Domini. Ficava na Barra Funda, um sobrado grande, quase sem móveis, cheirando a viuvez. Feito em pensionato. Em meu quarto os livros de auto-ajuda ocupavam um bom espaço na estante... Distante lamento ressoa nas estreitas escadas que levam até o terceiro andar. Um sorriso destrói a máscara. O sorriso não é alegre. Triste espetáculo o de uma criança que chora. Magra, depressiva, cansada, perdida. Sua mãe caída no alto da escada. É pura poesia; pensava... fumando escondida. Eis o resultado de ler confissões. A ruiva, pele pálida, olhar pálido, entre pontas de cigarro e fumaça, fala baixinho enquanto passo por ela; isto não é vida... E está vivendo...
Quando ela desapareceu, senti uma espécie de solidão.
O pranto é livre. Mas não se constrói nenhuma felicidade sobre lágrimas, mesmo que um tanto falsas...
...
Era como um conto de fadas. Sem fadas. Ah, e os gregos...! A história de Tântalo... A minha história... beber tanto a literatura, embriagar-me com ela em solitários sábados, e não conseguir mitigar a minha sede... Entontecer-me com o vinho das minhas uvas. Meu secreto desespero, minha aflição de todos os minutos. Quando serei liberto dos teus grilhões? Um suspiro que andava preso se soltou. Por que suspiro?
O peso infame dos pensamentos futuros... Estreitas limitações do meu conhecimento, as largas, insanáveis falhas da minha educação tão autodidata, os inalcançáveis horizontes, as improváveis possibilidades de alcançá-los...
***
Um rascunho que jamais virou literatura.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Big Bang

Às vezes, tenho vontade de explodir e começar tudo de novo.

“Push my fingers into my eyes... it’s the only thing that slowly stops the ache, but it’s made of all the things I have to take. Jesus, it never ends, it works its way inside… If the pain goes, I’m not gonna make it!!!” (Duality – Slipknot)


Quem nunca passou por um momento em que a única coisa capaz de cessar a dor seria enfiar os dedos nos olhos? Uma dor interior tão insuportável que apenas causando dor física ainda maior para esquecer aquilo que nos corrói por dentro.
Como uma paródia minha para a letra de Ideologia, do Cazuza: “Cardiologista, eu quero uma pra viver! Alguém que cure as dores do meu coração”. Ah, mas se fosse algo que pudesse ser resolvido apenas com uma mulher!... Poderia ter tudo à mão – bom emprego, tempo de lazer satisfatório, boa saúde, uma companheira para em entender, bons amigos, riquezas, etc etc etc... Nada disso preencheria o vazio interior.
E é uma situação por tanto tempo prolongada que vez em quando sou levado a crer que se trata de uma condição de existência do meu ser. Essa solidão no meio de tantas felicidades. Uma solidão que relaciono a um mau humor excessivo e constante. Distimia talvez.
Não há muito o que dizer sobre o nada, o vazio. Pelo menos, não pelo indivíduo que sofre com esse nihilismo.

E apesar de tudo, olhar a chuva torrencial de lá fora é vontade de sair a esmo pelas ruas, na esperança de a chuva levar com a correnteza essa bílis negra...

terça-feira, 25 de outubro de 2005

Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas.

Como indica o resultado da votação, 63,94% da população defende a posse de armas por civis. Um bom resultado eu diria. Ainda temos a opção de nos protegermos com armas de fogo; nós, os “cidadãos de bem”. Considerando que o problema da violência não é uma questão de armas de fogo, mas de conscientização social, educação. É um problema cultural!
Por outro lado, mesmo após a não aprovação do artigo 35º do Estatuto do Desarmamento (“É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei”) por meio do referendo do dia 23 de outubro, tenho a sensação de que algo muito provavelmente muito ruim está por vir.
No fundo, não acredito que o referendo tratasse apenas da aprovação do dispositivo de desarmamento. O que está por trás disso? Esse algo que não posso definir é o que me intriga, e de certa forma me amedronta.
Por que nos querem desarmados, sendo que a própria Lei 10826 afirma que as Forças Armadas, os agentes da ABIN, as polícias, as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, os bandidos e os traficantes estarão armados?
Se a população iraquiana não fosse armada aos dentes, seria alvo fácil para a invasão estadunidense, pois não teria como oferecer a menor resistência às tropas militares. Não estou dizendo que pressinto uma invasão do Brasil, talvez isso seja apenas uma hipótese sem maiores fundamentos.
Enfim, pode ser uma paranóia minha, mas creio não ser o único a sentir isso, esse medo das conseqüências do dia 23 de outubro.

Em essência...

A misantropia é um mau humor, um simples e verdadeiro Ódio contra nossos próprios semelhantes, mas que não se enfrenta, quase nunca, diretamente, e que deriva da convicção de que essa infelicidade é causada pelos nossos semelhantes.