terça-feira, 25 de outubro de 2005

Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas.

Como indica o resultado da votação, 63,94% da população defende a posse de armas por civis. Um bom resultado eu diria. Ainda temos a opção de nos protegermos com armas de fogo; nós, os “cidadãos de bem”. Considerando que o problema da violência não é uma questão de armas de fogo, mas de conscientização social, educação. É um problema cultural!
Por outro lado, mesmo após a não aprovação do artigo 35º do Estatuto do Desarmamento (“É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei”) por meio do referendo do dia 23 de outubro, tenho a sensação de que algo muito provavelmente muito ruim está por vir.
No fundo, não acredito que o referendo tratasse apenas da aprovação do dispositivo de desarmamento. O que está por trás disso? Esse algo que não posso definir é o que me intriga, e de certa forma me amedronta.
Por que nos querem desarmados, sendo que a própria Lei 10826 afirma que as Forças Armadas, os agentes da ABIN, as polícias, as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, os bandidos e os traficantes estarão armados?
Se a população iraquiana não fosse armada aos dentes, seria alvo fácil para a invasão estadunidense, pois não teria como oferecer a menor resistência às tropas militares. Não estou dizendo que pressinto uma invasão do Brasil, talvez isso seja apenas uma hipótese sem maiores fundamentos.
Enfim, pode ser uma paranóia minha, mas creio não ser o único a sentir isso, esse medo das conseqüências do dia 23 de outubro.