Matem o Saddam! Matem o Bin Laden! Matem Hitler! Matem Fernandinho Beiramar! Matem o Bush! Matem o Chacal! Matem o óvulo! Matem o feto! Matem o bebê! Matem a criança! Matem o trombadinha! Matem o pai de família e também o ladrão de galinha! Matem o velho! Matem o Fulano de Tal! Matem a Xica da Silva! Matem o filho da puta! Se restar uma bala, matem a puta também! Matem o rio! Matem a planta! Matem o planeta! Matai-vos uns aos outros como eu vos matei!
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E depois de matar tudo, o que vem depois? O que vai mudar?
Uma coisa é certa: de nada adianta tirar a vida de um ser humano pelo que ele representa. Não acredito em assassinato. A única mudança virá do fim de alguns conceitos sob os quais vivemos. Uma pessoa é um rosto, uma voz que transporta uma idéia, e esta já não precisa de nós. Vive por conta própria. O capitalismo é assim. O fanatismo islâmico é assim. Morram seus representantes; surgem outros tão eficientes quanto. Um projétil é inofensivo contra idéias. Contra elas, só mesmo o choque estético. Só a revolução ideológica. Talvez o Terrorismo Poético... Então que a pólvora saia das balas e se transforme em shows de formas e cores faiscantes no céu! Preparar, apontar... Fogos de artifício contra o céu!, sendo a eterna nuvem de fumaça-poluição o símbolo da podridão da nossa sociedade e tudo o que devemos corrigir.
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-Todos estão olhando para você.
Não faça nada fora do normal. Não cometa erros. Seja Perfeito! Não Seja! Se for, que seja no escuro, bem escondido, pois há câmeras em todos os cômodos e cobrindo todos os ângulos. Eles também podem te ver no escuro e através das paredes. Então não faça nada que eles considerem errado, ok? Sorria.
Vamos combinar uma coisa: eu não conto o que eu sei sobre você, e você age como se não soubesse do que estou falando. Vantagem total sua! Apenas lucros... Só não esqueça que eu vou querer sua alma mais tarde.
Eu sei que você é ateu e não tem alma. Mas me refiro a isso que você chama de vida. Seus motores, suas razões, suas vontades. Seu ânimo! Farei de você mais um depressivo viciado em Prozac. Seu melhor amigo será o analista. Confie em tudo que ele diz. Ele repetirá tudo o que você já sabe; mas você quer ouvir de outro pra ter certeza, não é? Então confie nele.
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Não adiantou matar os outros? Não adiantou tentar mudar o mundo? Não adiantou o $tempo$ perdido com o analista? Então se mata. Morre logo, ninguém vai sentir sua falta. Talvez duas ou três pessoas, e ainda assim por poucos anos. Depois que elas morrerem, ninguém vai se lembrar de você. Você será um fantasma das estatísticas. Um número. Já parou pra pensar que ao morrer a nossa geração, ou talvez a próxima - a dessas pessoas que estão nascendo desde o ano 2000 -, depois de nós, não haverá pessoa viva que tenha conhecido alguém, ou mesmo Alguém que tenha vivido coisas como Segunda Guerra Mundial? Mas talvez eu esteja me referindo a algo que já é muito distante. Já está até nos livros de História na seção dos "antigamente era assim"...
Enfim, você fez alguma coisa Realmente importante? Mudou a história da Humanidade? Descobriu a cura do câncer? Não? Da AIDS? Não, também? Poxa... não prestou nem pra resolver o problema da fome das populações marginais!? Aposto que você fuma e come no Mc Donald's.
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Não fez nada produtivo, nada relevante, nada inesquecível. Nem mesmo plantou uma árvore ou escreveu a porra dum livro idiota, um best-seller; não teve competência pra encontrar uma mãe pros teus filhos. O mínimo: o clichê árvore-livro-filho! Mas, não... você fez nada de útil. Então pra quê você está vivendo!? Qual é a sua grande missão, hein? Tá só ajudando a rodar a engrenagem... Não chega nem a ser um tijolo, é um grão de areia na argamassa do muro! Tá só ocupando espaço, atrapalhando quem quer viver melhor...
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Não, também não é por aí... você se matar também não vai mudar nada. Pra cada um que morre nascem dez. Não faz diferença morrer; então fica aí, vivo! Você não faz diferença nem vivo nem morto. Nem você nem ninguém. A maioria só existe pra azucrinar o planeta; pra mijar no rio; pra escrever um bilhete durante a aula - usando uma árvore onde moravam centenas de insetos e algumas aves que eram felizes no canto delas, mas você teve que ir lá cutucar; pra dizer palavrão e ouvir música rebolando; pra vestir um carro e consumir dezenas de dinossauros a vários quilômetros por hora...
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Nem vivo nem morto. Nem eu nem você. Estamos presos nesse dilema!
A vida é uma grande piada cujo motivo de graça somos nós.
Difícil é saber quem está rindo!