Coisa que reparei há anos, ou pra ser mais exato talvez, quando aprendi a escrever.
Acontece que desde sempre meu nome foi um caso sério. Harrison Bourguignon. Quase uma oração, né? Tivesse verbo... Problema que me antecede, vindo já do finado avô paterno. No registro dele, o nome consta corretamente; porém, em sua homenagem (chic, ou não?) duas ruas foram renomeadas, em cidades diferentes. Seu nome era João Bourguignon. A primeira rua é João Bordignon. A segunda é João Bordinhão. Deprimente, né? Bendito serviço público!
Apesar de tudo, ele ainda tinha nome simples. Minha história toma já outro rumo. A grafia correta do meu nome seria Harrison Bourguignon, mas em registro consta Harrinson Borguignon. N a mais, U a menos. Quem dera parasse aí o equívoco. Desde então meu nome já foi Árrinson, Edson, Ériton, Erisson, Rériton... não entendo esse T no lugar do S - nem no teclado nem na boca as letras estão próximas.
Mas até aí vá lá... Duro é quando chega o sobrenome, que nem teve tantas variantes, já que poucos arriscam uma pronúncia. Engraçado que nem é um nome tão diferente assim. Nome inglês, sobrenome francês. Idiomas próximos de nós. Fosse japonês, russo, eslavo... Talvez dito uma vez Irina Slutskaya ou Pietr Kravcenko, escrevam corretamente ou repitam sem titubear. Mas Harrison Bourguignon é complicado. Talvez estivesse fadado a ser visto assim. Alguém "complicado". Já mãe e pai são simples. Bueno e Ribeiro.
Á última que ouvi foi Dourguignon. B por D. Pronunciados são próximos. Agora se ditos naquele alfabeto Avião, Bola, Casa, Dado, Elefante, Faca..., não se parecem nada! Bola e Dado... a menos que a incompetente que me preencheu o formulário acreditasse ter ouvido Dólar, e não Bola. Daí me vem correspondência em nome de Harrison Dourguignon. Dou risada.
Realmente, cada um ouve o que quer.